quinta-feira, 5 de novembro de 2009

This is not a love song!


Diálogo um
Y -  Terei que fazer uma palestra sobre Rodin. Falarei da construção dos corpos. Falarei do uso do movimento na escultura. Falarei do processo criativo e no final uma dinâmica em que para entendermos o poder do corpo humano na criação da arte estaremos todos nus. Porque não faz sentido falar do corpo humano, da preciosidade das suas formas, da grandeza desse veículo sem exemplificá-lo. O nu trará essa realidade. E dentro da dinâmica que eu vou propor, que eu ainda não pensei qual é, haverá o uso dos elementos. Eu quero água, eu quero velas, eu quero barro. Preciso de velas e bacias. Vou por na lista de coisas para fazer.
X - Uma dinâmica com todo mundo nu pra explicar a obra de Rodin.
Y - Você e os seus preconceitos. Você não entende a arte. Você não sabe de nada. Você vê maldade em tudo.
X – Eu só to perguntando se é isso mesmo. Problema nenhum ficar pelado. Mas qual a utilidade dessa dinâmica...
Y – ...
X – E o povo tira a roupa amarradão assim...  Pra fazer a dinâmica?
Y – Claro pois são todos artistas e não estão preocupados com sentimentos burgueses. A Arte transcende.
Diálogo dois
X - Amor, no final da peça a gente sai do teatro tirando a roupa, se libertando de todo aquele universo que a gente representou, vamos para a praia e tomamos um banho de mar coletivo. Vamos deixando a roupa pelo caminho. O diretor está resolvendo se estaremos nus ou não. Ele tem medo que se todo o elenco estiver pelado o povo na rua ache que é uma peça do Zé Celso.
Y - Ué? Mas onde está a justificativa para vocês ficarem nus? Isso é um absurdo! Que coisa ridícula e injustificada!
Fuck off you bastard!



 

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